Eletricidade é coisa séria e pode representar um grande perigo para as residências e empresas. Fios desencapados, emenda de eletrodos sem caixa de passagem, utilização incorreta de condutores, falta de aterramento adequado, vários eletrodomésticos ligados na mesma tomada são algumas das condutas inadequadas que podem custar a vida de uma pessoa.
Estatísticas apontam que toda semana, há casos com vitimas e feridos por causa de instalações malfeitas.
O Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre), dentre inúmeras iniciativas, vem trabalhando há muitos anos junto com outras entidades representativas do setor elétrico pela elevação da qualidade e segurança das instalações elétricas no Brasil.
Segundo o diretor executivo do Procobre, Antonio Maschietto Jr., o instituto elaborou um documento que tem como proposta central criar uma sistemática de inspeção e revisão periódica das instalações existentes e incentivar a conscientização das pessoas sobre a importância da segurança elétrica.
A situação é tão grave que especialistas da área elétrica alertam que, se nada for feito, há grande risco de termos no País tragédias de grandes proporções, aumentando consideravelmente o número de incêndios.
O caminho para a melhoria desse cenário passa pela certificação compulsória das instalações elétricas com base nos requisitos e exigências estabelecidos pela norma ABNT NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão. “Não basta ter bons equipamentos e soluções, é preciso aplicá-los da forma correta para que cumpram seu papel corretamente na instalação”, avalia Hilton Moreno, engenheiro eletricista. É fundamental investir na capacitação e qualificação dos profissionais que atuam nas áreas de projeto e instalação, inclusive com a certificação dos mesmos, para que os trabalhos sejam executados de forma segura e adequada.
Perigo iminente
Dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) reforçam que grande parte das instalações elétricas são perigosas. Segundo a entidade, 2014 apresentou um aumento de 17,7% no número total de acidentes envolvendo eletricidade em relação ao ano de 2013. Só nos casos de fatalidade em relação ao choque elétrico, o índice subiu mais de 6% ou seja, em 2013 ocorreram 592 casos de acidentes fatais com eletricidade, este ano o número subiu para 627 mortes.
Além disso, a Abracopel identificou 311 ocorrências de curto-circuito no período, sendo que 295 evoluíram para incêndio resultando em 20 mortes, todas elas em residências. Outro dado importante: segundo números do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, a segunda maior causa de incêndios são as instalações elétricas inadequadas.
Ainda considerando acidentes em ambientes residenciais, dois dados são assustadores. O primeiro é no uso de extensões, benjamins e tomadas que dão conta de que 89 pessoas perderam a vida desta maneira e a outra é com relação aos acidentes fatais por condutores (fios) partidos dentro de ambientes residenciais.
Todos estes dados mostram, claramente, a falta de importância que se dá no Brasil quanto aos acidentes envolvendo eletricidade. Não existe investimento neste setor, não vemos campanhas educativas envolvendo crianças e adultos no sentido de uma conscientização para o uso seguro da eletricidade. Enfim, a cultura sobre a segurança com eletricidade no Brasil ainda engatinha. Alertar a sociedade e os agentes governamentais sobre a situação crítica das instalações elétricas é dever de todos.